Monte-Abraão

terça-feira, 28 de dezembro de 2004

Ao Albatroz

Tu que dormiste toda a noite sobre a tempestade
Que acordas e descansas sobre as tuas asas progidiosas
(Desencadeou-se a tempestade brutal? Acima dela ergues-te e repousas no
céu, esse escravo que te abriga).
Agora pareces um ponto azul, ao longe, pairando no céu,
E com a luz que surge observo-te do convés,
(Eu próprio apenas um ponto, um sinal sobre a flutuante vastidão do
mundo).

Longe, longe no mar
Depois de as bravias e nocturnas correntes terem semeado a praia de despojos
Ao romper do dia, feliz e sereno,
Com a alvorada rósea e elástica, com o sol deslumbrante
Com a límpida extensão do ar cerúleo
Tu também reapareces.

Tu, nascido para medir a tempestade (és todo asas),
Para competir com o céu e a terra, com os mares e os furacões,
Tu, navio do ar que nunca arriaste as velas,
Durante dias e semanas percorreste, infatigável, espaços e reinos, avançando sempre,
E ao crepúsculo olhaste o Senegal e a enlutada América,
Que irrompia entre relâmpagos e nuvens de trovoada,
E aí, nas tuas experiências encontraste a minha alma,
Quantas alegrias! Quantas alegrias as tuas!

Walt Whitman, in Folhas de Erva

aos que irrito com esta criancice da poesia,não se preocupem, garanto que este é o último.

canhota, miguel.


3 Comentário(s):

Blogger Óscar Cassonne disse...

não vale a pena... não ligo a aniversários (aos meus, entenda-se)

12/28/2004 9:24 da tarde  

Blogger Óscar Cassonne disse...

... estranha convicção. nesse caso gosto de escritores ultra românticos, e de alguns realistas. mas se quiseres
oferecer algo novo força, acertas sempre. canhota

12/29/2004 10:35 da tarde  

Blogger Óscar Cassonne disse...

poema meu? estou a tentar decifrar. ;)

1/01/2005 8:59 da tarde  

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